quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Jota Quest letras
O vocalista Rogério Flausino
Apesar de trazer o tradicional misto de pop, funk e baladas que os consagrou, quem ouve o disco sente que a banda está mais solta e ousada. Ou seja, mesmo após anos de sucesso e estabilidade comercial, os mineiros optaram por não ligar simplesmente o piloto automático.

O Vaga-lume foi falar com Rogério Flausino que falou sobre o novo disco, a participação da banda no programa do Roberto Carlos e de seu laptop que foi roubado em uma viagem em São Francisco.  Entrevista

Vocês nunca levaram tanto tempo para lançar um disco novo como dessa vez. O que levou a essa demora?

Foi uma somatória de coisas. A gente quis fazer o disco com mais cuidado, mas principalmente teve o lance de termos começado a construir o nosso estúdio e levou um tempo até ele ficar pronto. Por isso essa demora.


Hoje em dia com tanto artista sumindo e aparecendo via net não é meio arriscado ficar tanto tempo sem material novo?

Weber Pádua
Jota Quest letras
Marco Túlio Lara, o guitarrista
Sim, mas por outro lado você também cria uma expectativa no público e dessa vez a gente queria chegar com um disco que mostrasse que a banda estava diferente


Esse disco foi gravado no estúdio de vocês. Como isso se refletiu no resultado final?

Nós pudemos fazer tudo com mais calma e ficar lá o tempo todo do processo, sem precisar sair pra mixar e isso com certeza deu uma mexida na sonoridade exatamente por causa desse clima mais tranqüilo. O relacionamento entre nós também melhorou bastante.


Vocês tinham pensado no Kassin (do projeto 2 e produtor de entre outros, Vanessa da Mata, Caetano Veloso e Los Hermanos e no Mário Caldato (que trabalhou com os Beastie Boys, Marcelo D2 e mais recentemente com Mallu Magalhães para produzir o disco. Dois nomes que á princípio soam estranhos no universo de vocês. Por que pensaram neles? E por que a parceria não rolou

Nós falamos com os dois e eles foram super legais, inclusive andam falando que rolou uma rusga do lado deles com o nosso o que é uma grande mentira. A gente falou com os dois, mostramos as demos e eles gostaram. Mas queríamos um produtor que ficasse desde a fase embrionária do projeto ao nosso lado e eles estavam com a agenda lotada e sem tempo. Acabou que por causa dessa incompatibilidade acabamos fazendo a primeira parte da produção sozinhos e depois chamamos o Liminha para nos ajudar a finalizar o trabalho.


No futuro será que veremos essas parcerias concretizadas?

Weber Pádua
Jota Quest letras
Márcio Buzelin, teclados
Com certeza, eu encontrei o Caldato no VMB e falei que da próxima vez ele não ia nos escapar (risos).


Dessa vez as músicas todas são creditadas ao grupo todo. O processo de composição mudou?

Sim, aliás eu fiquei puto que no encarte do disco eles colocaram nos créditos os nomes de todos nós ao invés de botar simplesmente Jota Quest. Na banda existem diversas dinâmicas nessa coisa de composição, com músicas sendo feitas, por duplas, trios ou por um só membro.


Meio que nem os Titãs?

Exatamente. Então dessa vez achamos legal colocar o nome de todos como autores das faixas. Uma coisa de “faz tanto tempo a gente namora, por que então não se casar?”.


Como o Ashley Slater (trombonista canadense que foi parceiro de Fatboy Slim no Freak Power) acabou no disco? Vocês já conheciam ele?

Weber Pádua
Jota Quest letras
Paulinho Fonseca, bateria
Foi bem coisa de fã. A gente descobriu o e-mail dele, entramos em contato falando que éramos uma banda brasileira e que o admirávamos. Ele ouviu as demos, curtiu e acabou passando uma semana aqui em Belo Horizonte. Agora ele volta pra participar dos shows.


As resenhas desse disco geralmente falam as palavras tranqüilo e relaxado. Curiosamente a mesma palavra foi muito usada nas resenhas do novo álbum do Skank. Tem a ver com o fato de que agora as bandas grandes estarem menos preocupadas com o lado business da coisa e resolvendo simplesmente curtir o prazer de compor e gravar?

Pode ser, mas eu não vou falar que não ligo para esse lado, afinal essa é a minha vida, mais que o meu trabalho. A gente sonhava muito com isso, mesmo quando não tinha porra nenhuma, ficávamos viajando em como ia ser fazer sucesso, e ser conhecido. Então é claro que eu me preocupo com isso. Eu quero saber se o fã vai gostar do disco, se o cara da rádio ou o jornalista vai curtir. Porque se você faz um trabalho quer que ele seja ouvido e que as pessoas gostem.


E Myspace e Orkut? Vocês costumam falar com os fãs ou ver a repercussão dos shows e discos?

Direto. Eu gosto de ver as discussões e acompanhar o que estão falando sobre a banda. E também sou fã né? Então vejo as páginas e o que falam sobre quem eu admiro.


O que você anda ouvindo?

Weber Pádua
Jota Quest letras
O baixista PJ
Eu passei uma semana em São Francisco e peguei o festival Treasure Island . Vi muita coisa legal: Goldfrapp, TV on the Radio, Cansei de Ser Sexy e muitos outros. O que não foi legal foi ser assaltado lá (risos). Pô roubaram o meu laptop com todas as minhas coisas, eu tô numa paranóia brava com isso. Só não estou mais porque foi lá nos Estados Unidos então o ladrão nem vai saber quem é Rogério Flausino (risos).
Eu também passei a pesquisar mais a poética das músicas. Fiquei muito no Vaga-lume vendo as letras dos sambas. Ando vidrado nesse universo, na dialética do samba. Isso além das bandas de rock brasileiro dos anos 80: Titãs, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Cazuza e outros. Foram essas bandas que me influenciaram a fazer o que eu faço hoje. Também andei lendo os poetas concretos, o Leminski...


Como foi participar do programa do Roberto Carlos de 2005?

Pô ele é o Rei né (risos). Cara vou te falar que ali eu senti que estava chegando a um novo patamar na minha vida. Há 30 anos eu via todo ano ele na televisão com meus pais e todo ano a gente se emocionava junto. E quando eu me vi ali do lado dele foi realmente especial. Meu pai ficou super orgulhoso também (risos).


Para terminar Rogério Flausino a nosso pedido comentou algumas faixas de La Plata

La Plata - É a faixa de trabalho e que dá nome ao álbum. Faz uma crítica social, ao consumo e ao valor das coisas.

Ladeira – é nossa primeira parceria com o Nelson Motta. Ele veio pra Belo Horizonte ficou com a gente e aí saiu essa música super brazuca.

Tudo Me Faz Lembrar Você – Essa é uma das que mais gosto do disco. Ela tem um sampler do (cantor e compositor francês) Serge Gainsbourg, ela tem umas batidas mais modernas e acho que ela é uma forte candidata a tocar no rádio.

Único Olhar – É uma balada muito bonita. É uma parceria minha com Giovane Mesquita (e não Giovana como está no encarte do CD). Um artista novo que tá chegando aí, mineiro também e cheio de história boa pra contar (risos). Ele tem uma banda chamada Fly, que lançou um álbum já. Agora ele está em São Paulo e está bem enturmado com a galera.

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