sábado, 21 de novembro de 2009

"Lily Allen não é uma cantora de verdade", diz Joss Stone


A cantora Joss Stone chega ao Brasil este mês para se apresentar. Ela, que acaba de lançar o disco "Colour me Free", disse em entrevista ao "The Guardian" que "Lily Allen não é uma cantora de verdade". "Lily precisa vender discos porque ela não é uma cantora, e isso não é uma ofensa porque acho que ela sabe disso", afirmou Joss Stone, dizendo ainda que ela é mais uma personalidade do que uma cantora.

E completou: "mas acredito que, quando os profissionais estão fazendo música de verdade, as pessoas indo a seus shows, é daí que vem o dinheiro das apresentações. Acho que isso é mais difícil para pessoas como Lily e outros artistas pop". Joss criticou ainda a campanha de Lily, que esteve recentemente no Brasil, contra o compartilhamento de músicas pela internet. Dizendo que ninguém vai vencer essa batalha, ela finalizou: "quem disse que os músicos precisam ser milionários? Nós não precisamos de tanto dinheiro. Só precisamos o suficiente para fazer música, produzir shows e comer". Após toda a polêmica gerada pelo assunto, Lily Allen diz que vai lançar sua própria gravadora.
Alguns músicos opinaram sobre o assunto. Veja e diga o que você acha de tudo isso.
Banda Fresno:
Vavo (guitarrista): Eu compro muitos CDs porque eu gosto de tê-los fisicamente. Gosto do encarte, gosto de colocar o disco no carro. Mas também já baixei muita música na internet. A gente não se importa que a galera baixe nossas músicas, isso seria cuspir no prato que comeu. Para nossa música se espalhar pelo mundo, existem dezenas de formas de divulgação e esta é uma delas.
Banda Envydust:
MAX (vocal): Sou a favor do livre compartilhamento de músicas. A internet hoje é o principal meio de divulgação de bandas e a maior parte do que faz essa divulgação eficaz é a transferência de música entre pessoas. Bandas como o Beirut, que acabou de vir ao Brasil e fez uma turnê de enorme sucesso, provavelmente nem seriam conhecidas por aqui, se não fosse o compartilhamento de suas músicas. Outro exemplo é o Little Joy, novo projeto do Amarante (ex-Los Hermanos). Quando fez sua primeira turnê por aqui (com shows abarrotados), seu disco não tinha nem ao menos sido lançado no Brasil. Quase a totalidade das pessoas que estavam no show só conheciam a banda pela web. É claro que dá pra chegar num formato bacana de venda de MP3 ou outras formas de tornar o negócio via web rentável, mas isso seria apenas um bônus adicional de uma coisa que já está boa. A música é o cartão de visitas da banda e deve viajar por aí, tocando o maior número de pessoas possível. É por isso que o Envydust disponibiliza todas as suas músicas gratuitamente na web.
SHELKA (guitarra): Sou a favor do livre compartilhamento de música, não importa o formato. Se antes as pessoas trocavam fitas cassetes e CD-Rs com suas músicas preferidas, hoje elas mandam os MP3 via internet umas às outras. A questão é que a internet o faz em escala mundial, sendo quase uma terra de ninguém muitas vezes. É um meio de massa que as grandes corporações ainda não aprenderam a lidar, tampouco controlar. Claro que artistas como o Radiohead e Pink Floyd construíram fortunas com venda de discos. Mas os novos talentos não podem ficar se lamentando pela época em que estamos, e sim se adaptar a ela e saber tirar proveito de tudo que os nossos tempos têm a oferecer.
Che (Baixo): O compartilhamento livre de música está aí e é quase impossível controlá-lo. Li, outro dia, uma notícia dizendo que o governo francês criou uma lei que promete punir com o corte de acesso à rede o Internauta que for pego fazendo downloads Ilegais. Isso seria uma resposta do governo francês aos números que mostram ter havido, nos últimos anos, uma queda de 60% nas vendas de CDs e DVDs no país. Na minha opinião, esse tipo de atitude pune um comportamento que já é natural do homem moderno. É quase como punir alguém por usar camisetas ao invés de camisas. Os artistas têm que entender que o mundo hoje funciona assim e que ao invés de bater de frente o mais interessante é tentar usar a internet como uma aliada na divulgação e fazer dos shows e venda de outros produtos como camisetas, por exemplo, a sua fonte de renda. Até que se pense em alguma alternativa, pelo menos.
BARROS (bateria): Eu aprovo o compartilhamento de músicas pela rede, pois é o meio onde as bandas conseguem divulgar seu trabalho sem ter que passar por diversos filtros que o mercado impõe à sua música. A internet também facilita a divulgação de todo material audiovisual da banda, tanto que o Youtube já tem até canais especializados em videoclipes de bandas que estão na rede. O maior contra é que ainda não encontraram uma maneira de creditar os artistas e gerar o retorno que eles devem receber pelos direitos das músicas, mas acho que isso é uma questão de formato e até da própria cultura dos usuários que ainda têm muito o que melhorar.
Dani Turcheto:
Respondo com outra pergunta: Um chope custa R$ 3,00, mas Quanto Vale pra você? Um CD baixado gratuitamente na sua casa custa R$ 0,00, mas Quanto vale pra você ? Se esses CDs que baixamos gratuitamente em nossas casas trazem algum valor para nossas vidas, tem algo de muito errado nessa nova lógica de mercado. Para saber mais sobre o projeto QUANTO VALE ?.
Banda Caps Lock:
Max (vocal): Eu sou totalmente a favor. Acredito que ver o CD como uma fonte de renda é querer viver um passado que já se foi e não voltará jamais. Hoje em dia, para o artista, as músicas gravadas são uma isca para arrastar os fãs aos shows, e aí sim tirarem seu ganha pão. As gravadoras, por sua vez, estão se transofrmando em agências de shows ou decretando falência. Acredito que ficar lutando contra a distribuição digital livre é ruim pro desenvolvimento de todo o segmento musical, e pior ainda pra quem não começou a correr atrás das novas possibilidades de mercado que se abriram.
Thiago (baixo): Sou a favor. O compartilhamento ajuda a divulgar mais rápido as bandas independentes, mas prejudica as gravadoras na venda dos discos.
Sté (guitarra): Não sou a favor do compartilhamento de música pela rede por causa de estar acabando com o mercado de vendas de CDs, que, particularmente, sou colecionador de vários e acho importante a compra pelo CD. Tanto as músicas como o encarte também, com fotos, letras e tudo mais. Lógico que o compartilhamento de músicas é a maior forma hoje de divulgação, mas poderia ser usada paralelamente, para que as pessoas ouvissem e, ao gostarem do produto, fossem atrás da compra para valorizar o trabalho do artista, porque, como todo trabalho, é justo que seja pago pelo esforço, tudo isso por respeito ao artista. Prós: é grátis e o acesso a internet hoje é muito fácil. Contras: é como um desvio de mercadoria, encomendada e extraviada no meio do caminho.

Brendan do Norcal Studios:

Compartilhamento é tudo hoje em dia. Qualquer um pode entrar na internet e fazer divulgação, distribuição e vendas de graça. Mas, isso tudo tem um preço... Compartilhamento! Para artistas independentes, isso ajuda bastante, abrindo muitos mercados e oportunidades que, 15 anos atrás, só foi possível com uma gravadora grande. Suas músicas vão entrar na rede e serão espalhadas pelo mundo inteiro de graça. Não adianta reclamar sobre isso, os velhos tempos de venda de disco não existem mais. Use suas energias para criar novas formas de ganhar dinheiro. Criar novas ideias, mercados e mídias. Porque, no fim, quem reclama de compartilhamento está reclamando de dinheiro. Se fez de graça, então sempre vai ser de graça. Informações do site multishow.

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